
Há encontros que levam o seu tempo. Que se realizam no silêncio. São encontros pacíficos, que recompensam e sossegam, e que trazem consigo histórias que valem a pena ser contadas. Esta é uma dessas histórias, sobre um desses encontros.
Lisboa é uma cidade luminosa, colorida, de prédios típicos e é o nosso pano de fundo. Subimos até ao Campo de Santa Clara, por passeios feitos de calçada portuguesa, para conhecer um sítio com uma filosofia única: o Santa Clara 1728, o mais citadino dos quatro espaços do Silent Living.
E embora seja o mais citadino, sentimos todo o espírito Silent Living que preenche o espaço assim que atravessamos a porta.
Do barulho e calor que nos envolviam na rua, passamos para o sossego e silêncio. Vemos as paredes cinzento-claro, imaculadas, os sofás do mesmo tom, o antigo quadro de autor desconhecido – adquirido no mercado de antiguidades mesmo do outro lado da rua e que nos prende o olhar – e a escadaria antiga e percebemos, claramente, a simplicidade que nos envolve.

Com arquitetura de Manuel Aires Mateus – tal como as outras três casas do projeto (Casas na Areia, Cabanas no Rio e Casa no Tempo) –, uma das principais preocupações foi a recuperação da pré-existência, um edifício que, conta João Rodrigues, o proprietário, se encontrava muito degradado, “sem telhado e descascado”.
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Publicado na ROOF 23 – RESET
Texto
Inês Mendes
Fotografia
Philippe Simões